Era corriqueiro ver aqueles três tomando banho na piscina que era proibida. Por ser proibida e por serem do jeito que eram, eles entravam. E como sempre eram expulsos. Corriam mais que o bicho mais rápido que existe nesse mundo.
Mas nesse dia... Ah! Esse dia! Chegaram cedinho lá. Na hora em que os soldados marchavam para exibir não-sei-o-que para o Presidente.
Beto: - Ê, é hoje! É hoje!
Bito: - MARCHA SOLDADO! CABEÇA DE PAPELÃO!
Os três se abaixavam, segurando a respiração para não serem "descobertos". De repende, ouviu um silêncio. Aqueles que dão arrepios! A marcha voltou. Foram para debaixo da ponte, precisavem respirar. Respiraram olhando para cima, fato que fez Buto observar as mangas prontas para serem aproveitadas.
Como falo de Beto, Bito e Buto, essas mangas serviriam para alguma peça. E dito e certo. Com ajuda de umas pedras, derrubaram umas cinco.
Bito: - MARCHA SOLDADO! CABEÇA DE PAPELÃO!
Buto jogou três mangas em um soldado. Se abaixaram e foram para debaixo da ponte. Voltaram.
Os três: - MARCHA SOLDADO! CABEÇA DE PAPELÃO!
Aí o Presidente se irritou e foi o primeiro a gritar:
- PEGUEM ELES! AGORA!
Uns quinze soldados correndo atrás das três criaturas. E risada pra lá, e grito para cá... Como alguns dizem: um verdadeiro bafafá! Como todo lugar que tem água, tem lugar que escorrega. E pior: cairam os três! Que nem as mangas que caiam quando o vento passava. E para o azar dos três, foram pegos. Seis soldados para pegar os três: era um para segurar pelas mãos e outro para segurar pelas pernas.Como eram três, foi preciso seis homens, como já disse.
E choravam, pediam pelo-amor-de-Deus, chamavam pela mãe, pelo pai, pelo tio, pela prima e os soldados não soltavam o prêmio. Levou os três para um quarto escuro.
- Onde você mora? - Perguntou um dos soldados.
- Na Rua Arlindo Amoroso, casa três... - Bito falou desesperadamente.
Não demorou vinte minutos para mãe dos três chegarem ao local. E foi a mesma que tomou a bronca pelos meninos... Sendo que eles fingiam brincar na rua de Carlinhos, que ficava a dois minutos da casa deles.
Soldado: - Da próxima, verá o que vai acontecer com vocês! Serão presos, entenderam? Presos!
Afirmaram com a cabeça e com lágrimas caindo sem parar. Passaram dias e eles ficaram quietos. A rua toda estranhou. Perguntaram se havia doença no meio, se resolveram mudar, se alguém fez algo neles e eles calados. Mas como eles adoravam perturbar e eram do jeito que eram, voltaram a bagunçar. Dessa vez na praia, afinal, ficaram com trauma de piscina e soldados marchando.
Para minha aluna Mariana.
Só para constar, não sei o que anda acontecendo comigo, mas meus textos não conseguem mais serem curtos. No mais, postei no Amanda O. Fotografou: http://enquantoissoeufotografo.blogspot.com/
Um abraço em todos.
Um abraço em todos.