quinta-feira, 23 de setembro de 2010

terça-feira, 21 de setembro de 2010

História sobre amor e flor

foto por Daniel Berehulak

- Menino, saia já daí!
- Calma, mãe!
- Calma? Há duas horas você está na mesma posição... Perdeu alguma coisa? Menino, aconteceu alguma coisa?
- Não, mãe... (Olhava para os olhos da mãe e voltava a cabeça para baixo na mesma hora)
- E por que não sai daí?
- Ah, mãe...
- João, me responda! Por que você não sai desse lugar?
- Meu pai, mãe.
- O que tem ele? O que ele fez? João, fala alguma coisa!
- Mãe, meu pai disse que o amor é que nem jardim. Tem que cuidar muito bem dele para ele crescer bonito. Tô aqui conversando com as plantinhas. Quero ter muito amor. Por isso tô aqui, mãe. Tô esperando elas me contarem como o amor floresce.
- Mas, menino... (Balançou a cabeça e saiu dando risada)

sábado, 18 de setembro de 2010

As palavras que Jorge não vai ler.


Infelizmente, este é um texto que não será lido pela pessoa a quem dedico. Uma boa parte dos meus textos publicados em algum blog meu, tem um dedo desse cara. Ele era meu professor de redação e leitor dos meus escritos. Não só leitor, como "cutucador". Sempre tentando arrancar o número máximo de palavras da minha mente. Afirmava que eu sempre deveria falar. Independente do assunto, o importante era botar pra fora. E pôr em prática principalmente a escrita, pois segundo ele, eu tinha o dom para tal coisa. Se eu tenho, eu não sei. Mas só sei que aprendi muito com ele. Aprendi a lidar com pessoas de temperamentos difíceis (ele foi um exemplo), a escrever sobre as situações inesperadas do coração, a organizar as minhas ideias que são muitas e bagunçadas na mesma intensidade da quantidade... Enfim, obrigada por me dar um empurrão para dentro do reino das palavras. E tenho certeza, Jorge, que se você pudesse me contar como seria a "vida" depois de morto, que você viria com algum comentário ácido e irônico, fazendo com que eu libere aquele riso que você sempre tirou de mim com suas palavras. Espero que continue fazendo essa cara para todos os argumentos que você escute por aí. Afinal, se você não cutucar alguém, não será você.