segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

A vizinha suicidio.

Na foto: minha querida Vanny.

Eu, como boa observadora, tenho pelo menos 30 minutos do meu dia para ver a vida dos outros. Sim, isso mesmo. Da janela vejo quem tá passando lá em baixo, quem tá namorando na janela, que roupa a perua do outro prédio resolveu usar no dia... Enfim: o cotidiano. Só que ontem... Nossa! Aconteceu o inusitado: eu vi uma cena de arrepiar! Típico de um drama daqueles que viram um clássico.
Até onde eu vi, ela tinha um certo caso com um certo alguém. Bom, não tão certo alguém porque eu via homens diferentes entrando lá... Voltando ao foco, tinha um que frequentava com mais frequência que os outros.
Alto, cabelo castanho, roupas escuras e uma garrafa na mão. Era assim que ele entrava no apartamento. Ela,ou se arrumava toda ou estava seminua, afinal, é bom diferenciar para essas coisas, né? Ele entrava, o som aumentava e as cortinas se fechavam. Logo: eu não posso contar o que acontecia, pois eu não via e só previa.
Mas anteontem, a cortina não se fechou e eu continuei olhando (como já contei, tenho mania de tirar alguns minutos do dia para ver o que se passa no mundo - pelo menos na minha rua, vale ressaltar). Ele entrou, mas sem a garrafa dessa vez. Entrou sem as roupas escuras, com a barba pra fazer e ela estava como sempre estava enquanto o esperava. Ele não passou da porta e ela parecia gritar. Gritava frenéticamente, sacudia os braços, dava voltas pela sala e ele o tempo todo intacto. Aí ele entrou, bateu e saiu. Aí ela gritou, chorou e o rádio ligou.
Então, ao som de Maria Bethânia e alguns rodopios, ela se lamentava pelo que acontecia. Passou para o lado que eu não conseguia ver, voltou e parou virada para a parede da porta e Maria cantava "Vem que eu te quero fraco / Vem que eu te quero tolo / Vem que eu te quero todo meu" e aí que eu vi uma arma, um tiro para cima e um não-suicídio, afinal, a autora está cansada de ler textos com suicídios previsíveis.

sábado, 9 de janeiro de 2010

Sobre o chão da sala e Cartola.

Os dois na maneira que o momento pedia: juntos. Mãos dadas, corações e beijos em sincronia. Tudo na mais perfeita ordem. Pelo menos para eles que não ouviam gotas no vidro da janela, não percebiam a chuva entrar pela janela da parede à esquerda, do gato que miava de fome, do copo de cerveja que estava ficando quente, de Cartola cantando como-contente-ao-teu-lado-estou e das horas que passavam rapidamente.
As horas, os beijos, o fogo, o amor, os dois, o chão da sala e tudo aquilo aquece o nosso coração.
Ele, ela e mais uma vez: o amor.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Infinito.

Ela: 55 anos.
Ele: O que?
Ela: Estamos casados esse tempo todo. Será que vai ser eterno?
Ele: Ora, ora, Carmem...
Ela: Não sei, essa modernidade toda... Essas meninas com a carne dura. Você pode não me querer!
Ele (entre um riso e outro): Ora, ora, Carmem... Se estamos até hoje, para que ia te trocar por outra? Elas não vão querer trocar minhas fraldas no futuro.
Ela: E eu quero?
Ele: Não sei.
Ela: Não, não quero.
Ele: Mas quer ir para eternidade? (acelera o carro)
Ela: Quero.

Carmem segurou a mão de João que estava sobre a marcha. João acelerou o carro até a velocidade finita. Bateram num poste e o mesmo caiu sobre o carro. Encontraram um bilhete na bolsa de Carmem em que João havia escrito: "Amor da minha vida. Daqui até a eternidade". E talvez seja assim que uma história de amor dure pra "sempre".

Obs: Não sei o que houve, mas perdi os links dos blogs que ficavam logo alí ao lado. Peço desculpas caso esqueça de repôr algum.

sábado, 2 de janeiro de 2010

Apenas sintam.

Acima das nuvens no Rio de Janeiro.

Desejo que as pessoas tenham mais sentimento este ano.