quarta-feira, 13 de maio de 2009

Para uma menina que é viciada em caqui.


Ontem fui comprar algumas frutas. Havia um senhor com um carrinho para vendê-las. Passei em frente e observei quais tinha. Só que não foram as frutas que chamaram a minha atenção. Havia uma menina que olhava para os caquis como se eles fossem a chave de entrada do paraíso. Me encostei no telefone público ao lado e fiquei como antes: observando. Ela pegava um... Cheirava, apalpava... Não esqueço daquele jeitinho que só ela tinha quando se tratava de caqui. Dava vontade de colocá-la na mão e pôr numa casa de bonecas! Enquanto eu a olhava, ela escolhia o tesouro. Escolheu uns três e se foi. Voltei ao senhor e resolvi comprar alguma fruta. Tá, escolhi o caqui para saber o que tinha de especial naquela fruta... Cheguei em casa, lavei o caqui e logo tasquei aquela mordida. Primeira reação: arrepios. Foi aí que passei a entender a moça. No dia seguinte, voltei ao mesmo senhor e lá estava ela com uma sapatilha amarela, um vestido branco e a mesma admiração por caqui. Desse vez ela me despertou uma enorme vontade de conhecê-la. Ainda pensei em ir até a tal menina do caqui, mas cadê coragem? Assim que ela saiu, me dirigi ao vendedor e perguntei:

- É assim todos os dias?
- Assim o quê?
- Essa moça! Ela sempre vem por aqui? Quer dizer, ela compra caqui todos os dias?
- Sim! Desde que ela se mudou para aquele prédio, ela vem aqui - Aponta para o prédio.
- Ela já trocou a opção? Laranja? Banana?
- Olha, ela deve ser muito especial! Sabe o que ela me disse?
- ...
- Ela me falou que se um dia ela mudar a opção da fruta, várias outras coisas irão mudar.
- Tipo o quê?
- A sensação de estar nas nuvens. É essa a sensação que ela tem. Ela gosta das coisas doces. Ela é um doce...

Nem esperei o senhor terminar de falar sobre a moça. Voltei para a casa. No dia seguinte, repeti o processo de observá-la de longe. Até que ela percebeu a minha presença e me disse:

- Não sei porque, mas tenho a sensação de te conhecer há anos!

Fiquei surpresa e sorri.
- O mundo não ficaria bonito sem o seu sorriso - ela disse.
- E os caquis não seriam o mesmo sem você.

Não quis dizer mais nada (na verdade, não tinha o que falar). Assim que dei uns 20 passos, uma mão me puxou pelo braço. Me virei e ela me disse:
- Meu nome é Vanny. Mas pode me chamar de moça-caqui.
- Meu nome é Amanda. Pode entrar no meu coração.
*
De fato, Vanny existe, come caqui e é um doce. E também entrou no meu coração! Difícil vai ser sair... Afinal, é lá que os bons amigos ficam. Te amo, moça-caqui.

6 comentários:

CátiaSofia disse...

Que história mais linda:D
Amei, e consegui ter a sensacção como que eu estivesse lá presente.
Escreves de uma forma linda:]
Beijo

Vanny Araújo disse...

Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh
Amanda!
Você me fez chorar velho, sério, digito aqui com lágrimas nos olhos!
:')

Você já tá no meu coração, como os caquis. Mas eu vivo bem nas épocas que os caquizeiros não dão frutos. Agora não vivo mais sem a minha Amanda!

Te amo!

o caso deles disse...

A história de vocês é muito bonita! Fiquei imaginando cada cena do que aonteceu! Duas fofuras...

thaís disse...

comecei a ler e relacionei a historia com algumas cenas de Amelie...

adorei :)

HBMS disse...

aaaaaain! que lindo *-*
doce como caqui :3

Ans Carolina disse...

Essa Vanny é a do flickr né??
Menina chorei aqui, me lembra os contos da revista criativa, e sempre me fazem chorar...

Ai lindo demais(L0